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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Santíssima Trindade – Parte III: Richard Linklater e a Escola do Rock

Senhoras e senhores! Depois de um longo e tenebroso inverno nas trevas do mundo sem internet, eu volto! E volto em grande estilo (ou não)! Mais uma vez venho pra falar pra vocês de um cineasta fodão, e pra fechar a minha santíssima trindade, nada como um cara bem versátil e competente: Richard Linklater!

 richard-linklater-TIFF-premiere

Aí você me diz: “QUEM?!?!?!” Então eu digo: “O DIRETOR DE ‘ESCOLA DO ROCK’, BITCH!” Aí você me diz: “Olha lá!”

Pra você desinformado, que não sabe quem é o Richard Linklater, vou explicar um pouco sobre o cabra, que é altamente versado nos caminhos da truecidade.

Linklater é um diretor e roteirista dos EUA que começou a fazer sucesso na década de 90, e, apesar do seu nome não ser muito conhecido, ele já encabeçou alguns filmes de sucesso, como "Antes do Amanhecer”, “Antes do Pôr-do-Sol” e “Escola do Rock”, e alguns conhecidos em pequeno circuito, como “Waking Life”, “O Homem-Duplo” e “Dazed and Confused”, esse último estando na lista dos dez filmes favoritos d’O Tarantino.

Agora que você já sabe mais ou menos quem ele é, vamos para o porque ele é fodão!

alg_tarantinoEle é o décimo da minha lista de filmes fodões!”

  • Versatilidade

Eu acho que o principal e mais louvável no que se diz sobre o Linklater é a versatilidade de direção. Ele já dirigiu vários estilos de filmes que são diferentes, e mesmo assim conseguiu alcançar um produto muito bom! Comédia, Sci-Fi, Filmes Artísticos, Romances… Todos esses já foram objeto do diretor, e alcançaram sucesso de crítica e de público. Por mais que ele não escreva todos os roteiros, a direção desses diferentes tipos de filmes fizeram com que ele se firmasse como um bom estudioso da linguagem cinematográfica universal, não só a um estilo, como muitos fazem.

 

  • Personagens e Roteiros

O Linklater sabe prender a sua atenção porque ele faz você gostar dos personagens dele. Nos filmes que ele escreve, os personagens que ele cria vão se firmando aos poucos, e não necessariamente por um background completo, mas por mostrar suas falhas, virtudes, manias, sonhos, e todas essas coisas que humanizam o personagem. Isso tudo na base do diálogo.

“Antes do Amanhecer” é perfeito pra mostrar isso. O filme inteiro é um casal andando em Viena mostrando o que eles pensam sobre amor, vida, tempo, relações, e apesar de parecer chato, ele vai te envolvendo de um jeito que, quando você vê, o filme já acabou. E o jeito com que ele vai conflitando as idéias dos dois personagens criando um diálogo que, mesmo que você já tenha tido várias vezes, foge do lugar comum por ser um embate organizado entre duas cabeças conflitantes.

Se você quer ver um filme romântico de verdade, vá ver “Antes do Amanhecer” e “Antes do Pôr-do-sol”, e não ESSAS MERDAS DE FILMES COM A PORRA DA JENNIFER ANISTON, PORRA.

Jennifer-Aniston Ela nunca fez nada bom além de Friends

  • Uso de Bagulhinhos Irados

“Waking Life” e “O Homem Duplo” usam a tecnologia do rotoscópio para animar o filme. Se você não sabe o que é o Rotoscópio, clique aqui! Esses dois filmes são os únicos que usaram o processo do rotoscópio digital durante um filme inteiro. E o mais interessante é que a narrativa de ambos os filmes seria inexistente, se não fosse o uso dessa tecnologia, ou seja, ela faz parte de verdade do filme como um modo de passar a mensagem de ambos, e não fez um filme idiota só pra mostrar que ele criou uma tecnologia!

Do mesmo modo que, em “Antes do Pôr-do-Sol”, que ele faz planos-sequência de até 11 minutos usando Steadicam (clica pra ver que porrééssa), mas pra mostrar a leveza e profundidade simultâneas da paisagem urbana em contraste com os diálogos.

Linklater sempre procura sair do lugar comum hollywoodiano na hora de fazer um filme mainstream, mostrando mais uma vez o domínio da linguagem cinematográfica.

a_scanner_darkly - 33 - richard_linklater Foto do Linklater com animação de Rotoscópio

  • Música e Silêncio

Nos filmes dele, a música sempre tem um papel importante, e ele é um grande fã de rock, como vemos em “Dazed and Confused” e “Escola do Rock”, mas ele diz muito mais através do contraste entre os momentos de som e silêncio do que pela trilha sonora em si. Acho que todos (que já viram) lembram do final de “Antes do Pôr-do-Sol”, onde a Céline, o personagem da Julie Delpy, canta uma Valsa que ela escreveu. Ela é uma das cenas mais perfeitas no que se diz respeito a um clímax musical, perdendo só pra “Um Domingo Maravilhoso” do Kurosawa, mas isso é papo pra depois.

Confiram comigo no Replay.

E é com uma foto da lindinha da Julie Delpy que eu acabo a minha Grande Saga da Santíssima Trindade Cinematográfica. Diz aí qual é a sua nos comentários!

julie Julie Delpy de 20 anos atrás, vamo pro Forró?

9 comentários:

  1. Aprendam o que é romance de verdade!

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  2. Pô, o cara tá por trás de 3 filmes que estão entre os meus favoritos. Especialmente Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol! Tenho um DVD duplo com os dois filmes.
    E tem o Escola de Rock também!

    E nem preciso dizer que concordo plenamente que a Julie Delpy é uma lindinha maravilhosa hahahah

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  3. Pô, nem acredito que tu só falou da forma que o Waking Life é apresentado e não falou do conteúdo!

    Um dos filmes mais [bum] que eu já vi.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Romance de verdade é receber um cafuné na cabeça do pau enquanto assiste a um gol do Val Baiano, ouve Johnny Cash e toma uma Heineken gelada!

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  6. Verônica fofa.

    Cara, Escola do Rock é o que mais foge dos demais =P

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  7. Escola de Rock é o melhor dele.

    Tá, não... mas é tão fófis... aquele quadro que o Jack Black faz com os nomes de banda e as setinhas de influência e gênero é meu sonho de consumo...

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