Vivemos numa época em que a fé na humanidade está abalada. Com o sensacionalismo midiático dando ênfase à parte escrota das características humanas, a ideia de que alguém sempre está fazendo algo em benefício próprio leva a um certo senso comum de que "o homem é naturalmente podre" e a máxima hobbesiana fica cada vez mais presente. Devido a isso, parece que entramos numa era de super-proteção dos animais, incapazes de se defender dos abusos do lobo-homem-mau.
Nada contra a proteção dos animais, não me levem a mal: creio que devam ser protegidos de abusos, apesar de não ser, eu mesmo, vegetariano. Porém, será que é preciso colocar na cabecinha das pessoas que o ser humano TAMBÉM precisa de ajuda?! Aí os indivíduos da classe média por aqui (e no mundo afora) ficam de mimimi do tipo "ai, amo meu cachorro mais que tudo na vida", "ai, meu gato é tão lindo! Quero casar com ele!", "ai, meu peixe-beta é solitário, precisa do meu carinho :(". Passa o mendigo e ele chuta com o olhar, ou reclama do cheiro do trabalhador no ônibus, cheio de nojinho e não percebendo que ele talvez faça mais na vida que esse individualista.
AAAAAAAAAAAAAAAAH!! PORRA! ENFIA A CABEÇA NA MERDA!
Nietzsche disse algo, algum dia, depois de dar uma bitoca gostosa num cavalo, que o homem só vai ser capaz de se amar depois que amar os animais. Senhor bigodudo, creio que o caminho é exatamente o inverso. O homem só vai ser capaz de amar, sinceramente e profundamente, sem limitações, quando puder ver o outro, diferente, como igual, dentro de sua diferença. Mindblowing, né? Nem tanto.
Primeiro, a gente precisa sair da ideia, que já virou senso comum (devido a manifestações que adoram chamar de "científicas", esquecem que nenhuma ciência é neutra), de que o homem é só mais um animal de merda. Canais como Animal Planet reforçam essa ideia. Se é só mais um animal, então vegetarianismo é uma besteira absurda, temos instintos carnívoros e animais lutam pela liderança do bando, qualquer um que limite seus impulsos sexuais é um retardado e toda aquela ladainha naturalista do começo do século XX que vai contra qualquer capacidade de liberdade e livre-arbítrio. Somos, sim, animais, porém temos RAZÃO, CULTURA, criamos LAÇOS SOCIAIS e NÃO VIVEMOS SOZINHOS. Se joga no meio da floresta amazônica SOZINHO pra tu ver quanto tempo tu resiste. E foda-se Robinson Crusué. Não somos só um macaco dançante.
Próximo passo, sair da misantropia. Claro que o mundo não está às mil maravilhas, nem sempre temos vuvuzelas de alegria tocando por aí (e tanta gente reclama da alegria alheia...) mas simplesmente achar que não tem jeito de consertar é saltar do barco, desistir sem ao menos pensar em lutar e viver no conforto inerte e irresponsável. Com, no mínimo, um sentimento de com-paixão para com o próximo, que também pensa, que também sente, que também ama e que também tem cultura, poderemos ver o mundo de outro jeito. A nossa liberdade não acaba quando começa a do outro, e sim quando ACABA a do outro.
Aí, sim, poderemos realmente amar os animais e nossos cachorrinhos, gatinhos, cavalinhos, boizinhos, alguinhas e arvorezinhas serão mais bem protegidos. Enquanto houver gente querendo pena de morte, diminuição da idade penal, defendendo preconceito e similares babaquices, os animais que o senso comum quer tanto proteger vão continuar sendo alvo de nossa caça predatória-cultural. Afinal, se é pra largar o foda-se na humanidade, "é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida", não é mesmo?
Zangoro, a mistura entre Zangief e Goro: um brutamontes comunista que come criancinhas e ainda tem fé na humanidade.
(A forma de apresentar é pura brincadeira, não leve tão a sério! O conteúdo, porém, não.)
Quem escreveu esse? Tá sensacional. Mas eu não gosto de animais. Nem mesmo de coelhos fofos. Peitos pra quem adivinha quem sou eu.
ResponderExcluir(Eu queria comentar algo útil, mas.. tenho sono. Boa noite a todos.)
Talitha.
ResponderExcluirCobrarei meus peitos domingo.
Só falo uma coisa, quem quer casar com animal ou é zoofilo ou é pan sexual.
ResponderExcluirQuero peitos.